E finalmente Acabei *_*
espero que gostemmm
eu prometo que agora vou ser mais activa no blog!!!
Queriavos pedir uma coisa:
Para que comentem que é para eu ver mais ou menos quantas pessoas leem a minha historia!!
Obrigada por tudo!!!
xD
Capitulos anteriores:
Eu não estava anestesiada. A dor era cega e real.
- DEIXA-ME OK? DEIXEM-ME TODOS EM PAZ!!
Ele bateu á porta, mas entrou sem esperar.
- A Rebecca que eu conheci não era assim. – murmurou o Ian com uma voz rouca – A Rebecca que eu conheci teria enfrentado os problemas. A Rebecca que eu conheci era lutadora e incapaz de ficar num quarto fechada praticamente duas semanas seguidas. Essa foi a Rebecca pela qual me apaixonei.
- A Rebecca que tu conheces-te, está morta!
Não queria saber.
- Para mim, acabou!
Abri as portas da varanda.
Estava na hora de ir. Estava na hora de ser feliz.
Uma musica conhecida inundou-me os ouvidos, uma musica que vinha do andar de cima. Ian estava a ouvir ‘The Reason’ do ‘Hoobastank’.
Nunca me tinha pensado em matar
Foi divertido passar o resto da manhã e a parte da tarde com a Cat
- O pedro Quer-te convidar para a Festa da Paola.
- Tudo bem, eu vou.
Capitulo 22º - Dores de cabeça
Não é que eu não tivesse uma roupa para ocasião, o problema era encontrala no meio da bangunça do meu quarto. A não ser que eu desistice, mas Cat nunca permitiria isso claro.
Cat prometera chagar ás 5h da tarde. Ela tinha saído por volta das 10h da manha… imaginem para que?? Nas palavras dela para se preparar para a GRANDE NOITE. Cabeleireiro, vestidos, sapatos, acessórios, casacos, meias, maquilhagem, perfume… Tudo novinho em folha!!
E claro que lhe pedi para comprar um vestido para mim. Ela vem me convenceu a ir, mas eu não estava nem ai. Ela pareceu perceber isso…
Eu estava a modos de me preparar para a noite.
Era horrível saber que um rapaz bonito e querido só se meteu comigo por causa de uma encomenda. Depois de tudo o que eu arrisquei por ele…
Eu deveria ter desconfiado desdo início, quero dizer, olhem para mim, com a excepção da personalidade forte e do estranho gosto por desafiar os outros, eu não passava de uma rapariga comum.
Outro assunto que me incomodava á noite era o facto do Pedro me ter convidado. Não é que eu não gosta-se, mas… o Pedro já me maguou muito e eu nunca voltaria para ele. Embora eu tenha a impressão que ele tenha ficado com esse felling.
E eu ainda estava a sofrer da relação passada…
Eu pensei mesmo que o Ian fosse o ‘tal’, a ‘alma gemea’ como muitos lhe chamam… mas afinal só queria a encomenda e depois matar-me…
Mas agora não podia pensar nisso. Eu ia a uma festa. E uma festa, é sempre uma festa…E eu iria com o Pedro, que apesar de eu não querer nada com ele, é uma excelente companhia.
E claro tinha que me arranjar. A minha grande missão – arrumar parte do quarto – já estava feita.
Agora era ir tomar banho enquanto esperava pela Cat.
Depois de ter tomado banho, sentei-me na cama virada para o espelho. Eu ate era bonita. Pela branquinha, olhos grandes, nariz e lábios pequeninos…
Eu queria ver-me bonita. Porque eu queria deixar de me queixar… eu queria viver. Porque não era o Ian e o seu planozinho que me iam estragar o resto da vida!!
Nem dei pela Cat chegar, mas a verdade é que ela entrou de rompante no meu quarto sem bater á porta.
**
Depois de vestir o vestido percebi uma coisa. Aquele vestido estava-me a incomodar, definitivamente. Além de ter um decote maior do que o esperado – que Cat justificou dizendo que pensava que eu era mais alta – ainda era muito justo e prendia demasiado ao andar. Eu tinha que levantar um pouco o pano para me movimentar de maneira frenética pelo quarto amplo enquanto Cat enchia o rosto de blush para ficar artificialmente mais corada.
- Vamos la repetir o plano…
- Outra vez? –perguntou impaciente olhando-me através do espelho da cómoda.
- Sim, já te disse. Nada pode sair errado.
- Estas a levar isto muito a serio…
- Não estou, não. – Contrariei. – Eu só não quero ficar sozinha com o Pedro
- Se ele te der em cima, tu dizes-lhe e pronto! Não há problema nenhum,…
- Tu estas a pensar em deixar-me sozinha! – Esganicei e apontei com o dedo indicador na direção dela. Apressei o passo que dava voltas pelo quarto.
- Bom – e rodou os olhos – Tu sabes que é o meu primeiro encontro com o Kyle, não sabes?
- Sem ele saber que é um encontro?
- Achas que ele não entendeu? – perguntou meia decepcionada.
- Claro que não. Tu ainda não lhe deste sinais nenhuns… – Lembrei-a.
- Eu tinha a razão! – Salientou Cat com convicção.
- Tu sabes que eu te adoro e que vou estar sempre onde precisares, mas eu não tenho que concordar sempre contigo… – Disse com seriedade.
Ser amigo, a meu ver é isso mesmo. Apoiar o outro em tudo. O que é fácil.. Amigos também são aqueles que nos apontam o dedo e nos fazem abrir os olhos para a vida real. E isso já não era nada fácil.
- O que queres dizer? – E a sua voz tremeu com a pergunta
- Que não esteve bem o que fizeste com ele. – Aprecebi-me que ela ia falar, mas antecipei-me – o que é? Tu julgaste-o Logo ao inicio… nunca Lhe deste hipóteses.
- Julguei-o? Ree! – Largou o espelho e virou-se para mim – Ele usava aquelas roupas Largas, com as calças ao fundo do Cu e ainda por cima era um bocado anti-social…
Franzi as sobrancelhas e fintei-a incrédula.
- Ele ainda faz todas essas coisas!
Cat nunca foi muito á bola com os Do género do Kyle. Criticava tudo o que podia, desde a escolha de roupas, ao cabelo arrepiado ou até á música que ouviam. Agora, por ironia do destino, ela apaixonava-se loucamente por um. Nunca vi Cat a esforçar-se tanto por alguém.
- O que mudou foi a tua maneira de o ver. Ele continua o mesmo. – Sentei-me na minha cama e resolvi ficar quieta.
- Então ele não percebeu que era o encontro. – Lamentou-se mais uma vez.
- E talvez nem perceberá – Completei com sinceridade. Sei que ás vezes sou dura com a Cat mas é preciso ser sincera e dizer a Verdade – Ele nem sequer esta a perceber as tuas atitudes.
*****
- Ele vem nos buscar? – Perguntei a medo. A Cat fez questão de falar com o Pedro pessoalmente, com medo que eu lhe disse-se para não vir.
- Ele queria vir, mas vamos de táxi.
- Óptimo.
Eu não queria nenhum momento constrangedor. Eu, Cat e Pedro num carro só a olharmos uns para os outros não me parecia uma situação muito descontraída.
- Combinei ás Nove Horas.
- Ok. – Levantei-me para ver-me no espelho. Eu estava muito diferente. – Precisava mesmo deste vestido?
- Claro! – Ela parou de se maquilhaar e olhou para mim. – Tu estas linda! O que é que fizeste ao cabelo? E esse vestido fica-te muito melhor a ti do que a Mim.
- Obrigada. – Dei um sorriso tímido. . – Tu também estas Linda
Esse era um facto. Cat comprara um vestido Dourado bordado com pedrinhas brilhantes. A vestimenta sobressaia-lhe as ondas do corpo. Esta mesmo Muito Linda.
- Já não te maquilhas-te o bastante? – Perguntei impaciente.
- Não. – Respondeu com simplicidade e voltou a passar com o lápis pelo olho. – Enquanto eu termino, vai-me contando… Porque é que tu e o Ian terminaram?
- Divergência de interesses. – Resposta simples. Ela só não saberia que o “Divergência de interesses” em questão deixava implícito que Ian queria-me ver morta.
- Hum. – Respondeu percebendo que eu não iria dar mais detalhes. – Espero que resolvam isso rápido. Vocês fazem um casal mesmo bonito. E ele é super Bom.
- Cat…
- Que foi? É a verdade!
*
Os Corredores do salão estavam lotados. Havia um enorme aglumerado junto a entrada e inúmeros fotógrafos prontos para Fotografar Paola Lince.
No meio daquele monte de gente, encontramos o Kyle. E ele, visivelmente, se esforçara para vestir uma roupa formal, mas era impossível esconder o seu estilo “surf e hip hop”. A roupa estava quase formal para alívio de Cat, mas o cabelo continuava bagunçado e espetado como sempre.
- Tu estas Gira – Disse ele á Cat enquanto ponha as mãos nos Bolssos.
Cat olhou para mim extremamente insatisfeita com o comentário. Tenho a certeza que ela esperava ‘divina’, ‘maravilhosa’, ‘Gata’, mas não ‘gira’.
- Como é que tu estas? – Perguntou virando-se para mim – Estas melhor? Estas com melhor Cara…
- Sim, as coisas andam a melhorar…. – Respondi com um sorriso Timido. Eu não estava melhor, mas sentia-me melhor quando estava próxima dos meus amigos.
O meu ódio pelo Ian já tinha desaparecido á algum tempo. Agora só restava a Magoa, a dor e a desilusão. Consumiam-me. E já nem eu sabia o poder desses sentimentos.
- Ree o que é que fizeste ao cabelo? – Perguntou pegando-me numa mecha de Cabelo.
- Hum... Usei um champô estranho.
- Estás diferente. – Ele deu de ombros. – Pareces aquelas raparigas que vão ao shopping todos os Dias. – Sorriu com sinceridade. Cat sentiu-se ofendida
- Desculpa? – Disse num tom alto e ríspido.
A minha sorte foi que nessa altura, avistei o Pedro a levantar a caneca na multidão. Da mesma maneira que não queria ficar com ele, também não queria assistir aoutra discuçao sem sentido entre a Cat e p Kyle. Avancei alguns passos ate que ele me viu. Apressou-se a chegar ate Mim.
- Tu estás Esplêndida!
- Obrigada.
- Mesmo Magnifica. – Sorriu com cortesia e estendeu a mão para que ele me conduzisse até a entrada.
Olhei para trás e vi que eles ainda estavam a discutir. Cat reparou que eu já tinha encontrado o meu par, pegou no braço do Kyle e puxou-o pela multidão. Seguindo-nos.
O salão é que estava deslumbrante. Uma decoração com tons pastel misturado com cores vivas e quentes, como vermelho ou alaranjado. Várias mesas redondas com toalhas quase douradas estavam dispostas próximas à parede, contendo talheres, copos, taças e pratos de todos os tipos e tamanhos. No centro do local, havia uma passarela bem iluminada e destacada e, ao fundo, ouvia-se uma música doce e suave ressonando pelo local.
Ao que me parecia, havia dois ambientes, pois havia um cortinado enorme a meioo da sala. O outro lado era mais negro e tinha uma musica mais mexida.
Passamos os quatro por uma fonte grande cujo centro estava sendo ocupado por uma estátua bonita de uma mulher sem rosto, mas de corpo bem delineado, como o de uma modelo. Outras fontes iguais, mas em miniatura, estavam dispersas pelo lugar jorrando água colorida.
Garçons bem uniformizados serviam os convidados com diversos tipos de bebida para todos os gostos, desde água mineral até vinho tinto. Na mesa de frios próxima da passarela tinham todos os tipos de queijo, salada e coisas que eu nem sabia identificar o que eram. As cortinas e panos de seda fechavam a decoração do salão, que estava perfeitamente preparado e iluminado.
- Está tudo tão lindo. – Exclamou a Cat ao sentar-se
- É Verdade. – Concordei enquanto o Pedro puxava uma cadeira para que eu me pudesse sentar. Em seguida, ele também se sentou ao meu lado.
- É. Está Bom – respondeu o Kyle.
Cat cruzou os braços.
*
- Então ele me perguntou: você viu a múmia? E eu respondi: claro!– Disse o Pedro fazendo a Cat rir alto.
O Pedro estava a Contar a sua ultima viagem ao Egipto.
Eu também Sorri. Não estava a prestar atenção nenhuma. Não que não valoriza-se a companhia mas o meu humor e que não estava para animações.
Outro que também estava um boocado ‘out’ da conversa era o Kyle. Notavasse na expressão facial que ele estava entediado com aquele clima, mas reparei que ele olhava em volta parecendo procurar alguém.
Comecei também eu a olhar em volta. Percebi, por exemplo, que o Kyle estava muito bonito. O facto ficava-lhe muito bem e nas palavras de Cat, ele era tão ‘Bom’ como o Ian.
Perguntava-me agora como iriam as coisas com o Din e com a Miriam… A ultima vez que falei com a Miriam, eles estavam a dar um tempo. E adivinhem porquê! Porque o Din descobriu que o plano de vingança deles. Felizmente ele não sabia que esse plano era contra nos, mais propriamente Mim. So sabia que eles se queriam vingar dos assassinos. Mas se bem o conheço, eles iram fazer as pases Brevvemente. Esses sim, são feitos um para o outro.
Também observei outras pessoas do salão. Uma mulher robusta e bem vestida estava a servir dois pratos no Buffet de frios e, em seguida foi-se sentar ao pé do suposto marido, que estava a conversar com homens e mulheres da mesma faixa etária. Algumas jovens com vestidos mais curtos e exuberantes atravessaram o salão a conversarem e a rirem e entraram no segundo ambiente. A música lá deveria estar bem alta, mas era abafada pelas paredes acústicas. Outros convidados mais velhos, todos bem vestidos, dialogavam em pé com tranquilidade e leveza na sala ampla. Foi só então que o vi ali.
A usar um smoking preto e a segurar num copo de uísque, Ian estava de pe, perto da entrada, a conversar com dois outros cavalheiros de idade avançada. A sua boca carnuda movia-se enquanto falava, mas os seus olhos verde intenso não olhavam para as pessoas com quem falava. Praticamente na minha direçao, mas do lado contrario do ambiente, ele olhava-me com certa raiva.
Eu ainda não me tinha apercebido da sua presença ali, mas agora que me dera conta de que me estava a olhar, não pude parar de finta-lo insistentemente. Acho que ainda não o tinha reconhecido por causa das roupas. Nunca o vira vestido daquela forma, não o meu Ian. Ele sempre usava calças de ganga e um camisa ou t-shirt. Só o preto e o rebelde é que continuava o mesmo. Ah e claro, o cabelo bagunçado como se ele tivesse acabado de tomar banho e abanado a cabeça. E como estava bonito...
Ele já tinha uma beleza bem acima da média quando vestia as roupas sem se importar muito com isso, agora que estava formal, o charme parecia ser muito maior. O smoking ate estava um pouco apertado devido aos músculos que tinha, e por ser preto, assim como o cabelo o verde que eu tanto odiava ficava ainda mais á vista. Ele percebeu que eu, finalmente, tinha reparado na sua presença, então levou o copo de uísque à boca e sustentou o olhar.
E eu fiquei louca. Aliás, fiquei completamente louca. Não esperava encontrá-lo ali e nem sabia se ele me estava a seguir ou nao. Talvez fosse só coincidência, uma coincidência cruel. E ali eu não pensei no mal que ele me fez, o desejo foi maior.
Era com oferecer heroína a agúem que acabara de sair da recuperação. Uma coisa impossível de negar.
Tu sabes que não queres aquilo, sabes que não é bom, sabes que aquilo te fere, mas o desejo é forte. Você sabe que não quer, sabe que não é bom, sabe que aquilo te fere, mas o desejo é mais forte. E depois encarei aqueles lábios molhados e lembrei-me dos momentos em que eles estavam juntos aos meus. Do quanto eu adoraria puxar os seus cabelos durante o baixo outra vez, o quanto queria tirar aquela gravata… Não!!
Fechei os olhos e tentei me concentrar. Eu sabia que ele estava tentando me atiçar, me atingir usando aquele olhar fatal. Eu também tinha a certeza de que ele estava se queimando de raiva por dentro por ter me visto como par do Pedro. O Ian sempre teve ciúmes dele. E, sendo uma pessoa de gênio difícil como eu sou, é claro que, depois do choque inicial, a primeira coisa que fiz foi colocar um sorriso no rosto e entrar na conversa, rindo, como se estivesse feliz como nunca estive antes. Ainda fiz questão de tocar ocasionalmente o braço no Noah a cada vez que ria de uma nova história que ele estava contando.
Eu não estava a racionar com clareza. O Facto é que eu sabia o que o enervava. Conhecia-o. E então sorri para o Pedro. Só me apercebi realmente do que estava a fazrr quando ele segurou a minha mão que estava sobre a mesa. E ainda senti-me horrível. Eu estava-lhe a dar esperanças para fazer ciúmes…Ok, talvez se eu não tivesse conhecido o Ian, estava nova investida do Pedro talvez pega-se comigo, mas não pegava. Senti-me suja quando percebi que estava apenas a usa-lo.
- Ilustríssimos convidados, Fiquem, agora, com o desfile da nova colecção feita exclusivamente pela senhorita Paola Lince.
Todas as luzes se apagaram, com excepção daquelas que iluminavam a passarela no centro do salão. Modelos bonitas, magras e bem vestidas passaram por nós com aquele esplendor típico de um desfile. Pedro segurou a minha mão durante todo o desfile e só a soltou quando as luzes se reacenderam e Paola Lince apareceu no palco, a sorrir com elegância. Então todos a aplaudiram com vigor.
Cat aproveitou a oportunidade para chamar-nos para o outro salão, provavelmente para evitar mais contacto entre mim e o Pedro. Não adiantou muito, ele levantou se com leveza e, cortês, afastou a minha cadeira e estendeu-me a mão para que o acompanhasse. Seria no mínimo mal educado de minha parte se eu não correspondesse, então segurei-lhe a mão e segui-lhe.
Chegamos ao salão oposto e era tal e qual como imaginava. Musica muito alta e com batida rápida, luzes florescentes, globos de espelhos espalhados pelo lugar, o que dava a ideia de que minúsculos cristais banhavam toda a sala e dezenas de bares temáticos onde se postavam bartenders que misturavam bebidas coloridas. Reconheci algumas das modelos do desfile já a dançarem no meio da pista sem se incomodarem com os olhares dos outros.
Pedro conduziu-me para um cantinho ainda mais escuro que tinha um mesinha quadrada junto á parede, enquanto o Kyle e a Cat ficara para trás na pista. Ele, nunca me tentou agarrar ou passar a mão em sítios que tinha grandes chances de levar um soco, mas colocou o braço livre sobre meus ombros e continuou a segurar as minhas mãos de forma casual como se fizesse aquilo todos os dias. Eu não sabia bem o que dizer e, como a Cat tinha quebrado a promessa de não me deixar sozinha, eu queria evitar que o clima afundasse. Quero dizer, pior que estar numa festa com um ex-namorado a segurar a tua mão no escuro, é estar com ele no escuro com aquele silêncio constrangedor.
Ficamos parados e quase abraçados naquele lugar por muito tempo. Minha mente era a que não conseguia ficar quieta. Além das diversas maneiras criativas de matar a Cat quando ela finalmente me achasse ali, também não conseguia esquecer que o Ian estava na festa. Ele seguiu-me com aqueles olhos furiosos durante todo o tempo em que ficamos no salão iluminado. Vigiava cada movimento, não desviava o olhar e quase nem piscava, era quase como um gato nocturno de olhos brilhantes a observar o pássaro no poleiro.
- Queres uma bebida? Posso ir Buscar. – Perguntou o Pedro percebendo que eu estava meia aérea.
- Que? – Respondi por impulso, eu não lhe estava a prestar a mínima atençao. – Ah, eu não bebo.
- Um Sumo...? – ofereceu novamente,
- Não, não... Não estou com sede, não te incomodes. – Disse um pouco mais alto para atravessar a barreira da musica alta. – Acho que estou a precisar de molhar a Cara. Estou meia tonta.
- Estás Bem? – Perguntou levantando-se comigo.
-Sim, eu estou bem. Já volto.
Passei por alguns grupos de pessoas que estavam a divertir no meio do salão e tentei avistar a Cat, mas estava muito escuro e a fumaça não ajudava em nada.
Com algum custo, consegui ultrapassar todos os obstáculos de aglomeração de pessoas que insistiam em ficar no caminho e cheguei novamente ao hall. Agora já havia mais luz. Com facilidade, vislumbrei uma escadaria de mármore que levava á Casa de banho feminina.
Comecei a subir os degraus a pensar no que faria quando voltasse. Não queria fingir interesse no Pedro e todo aquele negocio das mãos estava a começar-me a irritar, sem contar com a musica alta, com o Ian, aquele monte de gente, a Cat e o Kyle desaparecidos… Tudo isto estava-me a deixar tonta e com dores de cabeça.
Deparei-me com o aposento grande, brilhante e bem iluminado. Eu poderia até ver meu reflexo no chão de granito escuro se quisesse. As pias de torneiras douradas e feitas de uma rocha também reluzente, mas de cor clara, davam certa harmonia ao lugar. E aquele cheio perfumado melhorava ainda mais a impressão de limpeza e perfeição.
Coloquei a minha bolsa em cima do balcão de pedra molhei um pouco a testa. Não sabia se funcionaria, mas pareceu me uma boa ideia. Caso não adiantasse, ira-me embora mais cedo.
A água fria tocou a minha face como uma espécie de alívio. Não me importei de ter molhado um pouco da minha franja, os meus cabelos não eram assim tão rebeldes. O importante foi que me senti um pouco melhor depois de ter respirado sozinha. Às vezes até poderia parecer que eu gostava do isolamento e, talvez, fosse isso mesmo. Nas condições em que eu estava, era difícil tolerar horas ininterruptas com outras pessoas, a tentar parecer contente e a segurar-me para não ser rude com alguém.
Respirei fundo novamente, ficar sozinha por algum tempo era muito revigorante. Ou, pelo menos, pensava eu que estava só. À primeira impressão, quando ouvi os passos, pensei que era a Cat que tinha encontrado Pedro e, então, estivesse á minha procura aqui. No momento em que o som foi se tornando mais volumoso, pude perceber, porém, que não era o barulho de saltos finos arranhando a pedra, ao contrário, eram passadas firmes e decididas. Não tive muito tempo para me mexer, quando me virei, ele já lá estava.
- Isto aqui é uma casa de banho feminina, sabias? - Resmunguei irritada para o homem alto que estava á minha frente, perto da porta que ele trancou. - O que é que pesas que estas a fazer? – Disse eu sentindo a raiva a brotar em mim.