11º Capitulo - 2º Parte - Surpresas

Aqui esta ! E se nao gostarem desta porcaria, nem se deem ao trabalho de comentar! Eu percebo!


Cat e Kyle estavam na areia a agarrarem-se como se estivessem literalmente colados. Ele já estava sem a camisa e ela com a saia toda levantada. Um lapso de bom senso no covil das cobras. Aquela cena fez o meu estômago dar uma reviravolta. Eu esperava que acontecesse alguma coisa entre eles, mas tão cedo? E, meu Deus, a coisa estava mesmo a pegar fogo.

Eles estavam cada vez mais juntos. Beijavam-se com ferocidade e muito rapidamente. O Kyle ia para tirar o vestido dela quando decidi interromper. Não queria que eles fizessem isso, aqui: Na praia e com uma varanda cheia de gente a 10 metros de distancia.

 


- Ei! – Disse alto. – O que é que estam a fazer?

O Kyle congelou na hora e tirou as mãos da minha amiga, mas ela continuou a esticar as  suas mãos na direção do pescoço dele como se não me estivesse a ver.

- Ree! – Ele arregalou muito os olhos e começou a vestir a camisa. – Não é isso que estás a pensar!

- Perdes-te alguma coisa na garganta dela?

- Não.

- Então é exactamente o que eu estou a pensar! Não tens vergonha?

Ele afastou-se dela rapidamente, ela parou de lutar e deitou-se na areia com o rosto virado para o outro lado.

- Ela está bêbada, Kyle! Não devias aproveitar isso para…



- O quê? Não! – levantou-se, andou para mim e começou a agitar os braços desesperado. – Tu não entendes! Ela estava aqui sozinha e quando vim ver o que tinha acontecido ela começou a agarrar-me,  juro!

Eu não duvidei dele. Tudo bem que era um ‘bacano’ e estava sempre na maior, mas nunca o derrespeitou-me, nem a mim, nem á Cat. Não o poderia acusar de embebedá-la para tirar vantagem da sua fragilidade momentânea.
Andei mais alguns passos na areia onde vi o que o copo da Cat estivera a segurar . Kyle aproximou o nariz do recipiente.

- Eu não sabia que ela estava bêbada. – Falou com um poço de tristeza.


- Ela disse-me que a bebida dela não tinha álcool ! Porque é que ela me mentiria?

- Ree... – E usou um tom pesado. – A Cat disse-te quem é que lhe tinha dado a bebida?

 

- Não… mas provavelmente o Thiago… Não sei!

 

O Thiago… o mais recente ‘interessado’ na Cat.

Esperem um segundo!


- Está-me a dizer que achas que ele fez isto de propósito ??


- Bem, tenho certeza que ela não nos mentiria sobre isto. – Kyle  deu de ombros.

O meu sangue ferveu em fúria. Eu não poderia acreditar que alguém tivera a coragem de embebedar a Cat  para fazer não gosto nem de imaginar o quê com ela.

- Dá-lhe um banho!

- Quê?

- Molha a cabeça dela com água fria, talvez ela melhore. –Nesse momento ainda ouvia a Cat a dizer coisas sem nexo na areia.


- Ela vai me matar se eu lhe molhar o cabelo! – Tentou convencer-me de que não seria uma boa idéia.

- Ela vai te matar se souber que TU a deixas-te neste estado.

E eu tinha a certeza que ela iria flipar quando soubesse o que tinha feito nos momentos em que estava fora de si.

Kyle aproximou-se dela com todo o cuidado. Ele era exactamente como o Ian: não sabia controlar muito a sua força… Mas fez o esforço.



Eu tentei, mas não me controlei. Saí de trás de todas aquelas pedras e avistei o tal Thiago. Um rapaz alto e do tipo atlético que estava a conversar animadamente com outros rapazes da faculdade, á volta de uma mesa. Não sei de que tipo de jogo estavam a jogar, mas havia cartas, várias raparigas com bikinis á volta, bebida e tabaco. Era uma vergonha usar esta praia como casino.


- O que é que estavas a pensar quando embebedaste a Cat? Idiota! – Gritei enquando me aproximava. Ele levantou-se e os amiguinhos começaram a rir-se.

- Quem és tu? – perguntou quase a desequilibrar-se. Não estava muito sóbrio. – A mae dela, é? – e os outros riram.

- Não, mas já percebi a tua idade mental e talvez deva perguntar se a tua mãe sabe que tu estás fora de casa,

 

Ouvi mais pessoas a rir.

- Porque é que não vais chatear outro imbecil ??


- Não dá. Nessa festa, só tu é que te encaixas nessa categoria. – E dei um sorriso falso e foi aí que ele ficou irritado e resolveu partir para a violencia.

Recuei alguns passos. Ele pegou numa garrafa vazia que estava na mesa e começou a avançar.

- Encosta um dedo nela e estás morto. – ameaçou uma voz vinda do meu lado. Uma voz inconfundível.

- Humm. Ela tem guarda-costas! – Disse bastante alto. A verdade é que o Ian estava sozinho, e o tal Thiago tinha metade da faculdade do lado dele.


Ian agarrou numa base de madeira que estava enterrada na areia. Ela ainda tinha alguns enfeitos com tema praia e era feita de uma madeira muito resistente e moldada em forma cilíndrica com uns oito centímetros de diâmetro. Retirou-a da areia com facilidade e, usando só as mãos, partiu-a ao meio.

Eu fiquei de boca aberta. Tudo bem que ele tinha músculos salientes e tinha uma aparência bem forte, mas aquilo passou dos limites. Parecia um daqueles mestres japoneses que partem tijolos com a testa.

E … o olhar estava diferente. Vingativo, feroz, irado. Estava-me a meter… Medo.

Sei que ele nunca me faria mal… mas… aquele olhar não parecia ser do Ian que eu conhecia.

Quando olhei em redor, percebi que não era só eu que estava boquiaberta. Pude perceber o terror estampado na face dos outros. Todos ficaram calados e de olhos arregalados por alguns segundos que, a mim, pareceram ser horas. Thiago olhou para mim e depois para o Ian e sentou-se novamente onde estivera minutos atrás, preferiu não desafiá-lo. E preferiu bem.



Á medida que o barulho das conversas aumentava, puchei o Ian para um canto desértico.


- Defendeste-me! – Tentei não mudar de tom, mas estava contrariada.
Ele ficou confuso.

- Isso é mau?

- Eu não preciso que me defendam. – Talvez eu fosse orgulhosa demais, mas eu não precisava de um guarda-costas.


- Está bem! Da próxima vez eu deixo-o partir-te ao meio – Respondeu irritado.

- Tudo bem, nao... Eu não quero ser partida ao meio... Só não estou habituada a ter proteçao.


- Habitua-te. – Respondeu ainda contrariado por eu ter reivindicado sua acção defensiva.

Deslizei as mãos sobre o seu peito rígido e levei-as até ao seu pescoço, ele fechou os olhos.

- Eu vou me habituar. – Disse eu a sussurrar baixinho a tentar desfazer o seu mau humor.


No mesmo segundo, encostou-me com força á rocha e esmagou-me com um beijo ainda mais ardente que o anterior. Urgente e sedento, eu simplesmente adorava a maneira de como ele me beijava. Eu agarrei nos seus cabelos pretos e lisos e puxei-o mais.
Eu sentia-me muito melhor quando entrava em contacto com os lábios doces e sedentos dele, como se me dessem vida. Desde que o conheci, a cada vez que ele sorria, sentia o meu coração a galopar no peito, a cada vez que o tocava, estremecia. Eu agora tinha acerteza de que sempre soube que ele era o que eu precisava, mas tinha estado a negar isso a mim mesma. Depois de algum tempo, Ian desistiu e afastou-se de mim.


- Quê? – Perguntei ainda meia sem chão quando ele parou.

- Se continuarmos assim– ofegou – Terei de ir tomar um duche de água fria...

Duche de água fria…. Cat!!

- Tenho de ir ver como é que o Kyle se está a safar com a Cat!

- Quê? Safar com o quê?

 

- O Kyle deve estar a dar um banho á Cat!

 

- Banho? Eu pensava que eles ainda eram só amigos!


Ele ficou um pouco assustado, talvez o Kyle ainda não lhe tivesse contado o que sente pela Cat. Mas isso notasse á distancia…. Esse não era o problema, a Cat está bêbada.



- Ela está bêbada. É uma longa história.

- Foi por isso que foste discutir com o rapaz? – e alterou-se de novo. – Óptimo. Um gajo embebeda uma amiga tua e tu vais enfrenta-lo.


- Claro. Esperavas o quê? Que eu visse tudo acontecer e ficasse de braços cruzados? Eu preocupo-m com as outras pessoas, Ian. Não podemos levar a vida com um filme. Ficar sentado a ver… Temos que agir, IAN!


Arqueou a sobrancelha perante a minha rápida resposta

 

.Mas Era o que eu pensava. Se todos pensássemos ‘ O problema não é meu!’ ninguém chegava a algum lado. Não existia relações de amizade, de namoro. Não havia qualquer relaao entre as pessoas.


- Tudo bem. Eu até percebo essa tua atitude de te preocupares com os outros.  Mas essa atitude já te partiu o pé… e se eu não estivesse lá? E se o rapaz te tivesse mesmo agredido?


- Ele nunca me bateria. Ninguém espanca ninguém em frente de montes de pessoas.

- Esse é tua maneira de pensar! Mas um dia eu posso não estar lá para partir uma decoração para meter medo!

- Por falar nisso, como é que conseguiste partir aquilo?

- Aplica-se a força com as duas mãos. – Explicou como se eu não soubesse nada sobre o assunto.

- Ninguém o conseguia, mesmo assim!

- Não foi nada… Era muito frágil!. – Respondeu e olhou para o outro lado.


Eu conhecia-o bastante para saber que ele me estava a enganar. Ele apenas não me queria assustar com a sua força ‘descomunal’… como se isso me assustasse… Nada me assusta vindo dele. Apenas me traz paz, tranquilidade e segurança…

- Optimo! Tas-me a fazer de idiota, é?

- Isso seria em vão. – Sorriu malicioso, mas eu não engoli aquela. Ele estava-me a distrair do tema principal.


- O que é que tu fazes mais? Também ficas invisível?

- Seria um bom poder para se ter, não? – E ouvi aquele sorriso de piada que só ele é capaz de fazer – Vá vamos! Quero ir ver como é que as coisas estão com o Kyle e a Cat!


- Não me esqueço – Ameacei enquanto encostava o dedo indicador com força no peito dele.


Fui até á casa de banho, mas a Cat não estava lá. Sai a chutar garrafas de cerveja para a areia. Fui com o Ian ate á praia, mas também não os encontrei.


Notei que para onde eu ia, todos me seguiam com os olhos. Provavelmente por cauda do Ian, a fofoca já devia estar mais que espalhada.

No fundo eu até achara piada. Mesmo sem gostar que os outros me defendam, porque eu consigo resolver os meus problemas, foi agradável saber que alguém se preocupava comigo…

Além do mais, tenho acerteza de que isto faria com que as pessoas, no futuro, pensassem duas vezes antes de se meterem comigo.

- Hey, Petry! – Gritei ao longe quando avistei um tufo de cabelos tão loiros, quase brancos, voando para cá e para lá ao lado do bar.
Ela estava a conversar com um rapaz e sorria como um crocodilo prestes a atacar. Todos estes rituais de conquista foram atrapalhados com o meu grito. Virou-se com a maior má vontade e sibilou:

- O que você queres? Não estás a  ver que estou ocupada? – Fogo! Estava mesmo erritada. Estava a gritar…

Aproximei-me dela, a furar a multidão…


- Viste a Cat?

- Por que é que eu me importaria com essa oxisnada?


Tive vontade de lhe dar um murro, mas sorri… senti uma mão no meu ombro. Percebi que o Ian apercebeu-se da minha vontade.


- Ainda tens que me dizer de onde vêem esses cabelos braços! – Disse bem alto, e ai senti o braço do Ian a deslizar para a minha cintura – Tu sabes a vida de toda a gente! Viste-a ou não?


Fez um trejeito estranho com os lábios e repondeu de má vontade:


- Aquele teu amigo girinho levou-a a casa. Mais alguma coisa? – Sorriu sinica.

- Não. Obrigada.

- E, Rebecazina!! – Já tinha virado costas quando ela me chamou… o Ian foi andando. Aproximei-me

 

– Quem é aquele que trouxes-te?

- Não interessa.

- É que ele é diferente… não parece normal…


Ela estava-me a ataquar… era o que ela sabia fazer melhor… levar os outros a perderam a paciência.


- Olha-te ao espelho e revê os teus critérios de normalidade!

 

Virei-me e fui-me embora.

Funcionou. Ela tinha-me irritado, ofendeu a Cat e ao Ian a chama-lo anormal. Claro que é essa ‘anormalidade’ que me seduzia nele. Afinal nos apaixonamo-nos pela pessoa diferente - para nos – e não pela igual a todas as outras. Mas eu sabia que ela usara a palavra no pior sentido possível.E isso fez o meu sangue ferver.



A volta para casa foi tranquila, achei até mais divertida e tranquilizante que a ida para a festa. Eua gora não me sentia dividida. Tinha assumido o que sentia, perante o Ian e perante mim.

Tinha aceitado que ele era – os problemas dele – e quem eu era.
Agora tinha de tentar faze-lo desistir da ideia da vingança. Não lhe fazia bem!


- Não quero que fiques preocupada. – Disse já no parque de estacionamento – Já disse que não tive intenção...

- Eu sei, mas o que é que podemos fazer?

-Não dá para volta atrás, e isso eu tenho acerteza!

- Isso significa...? – Perguntei enquanto subia com dificuldade de saltos a rampa para o prédio. Com o Ian ao pé de mim, podia me dar ao luxo de usar saltos altos. Não ficava alta demais para ele.


- Que eu sinto que é errado, mas …irresistível – Respondeu já quando estavmos á espera do elevador. Gostei de ouvir aquilo.

- E o que é que pensas fazer em relação a isso?

Riu-se!

- Isto.

O elevador abriu, e ele empurrou-me para dentro. Encostou-me á parede do elevador, e esmagou-me – mais uma vez – com os seus lábios doces. E de repente tudo era fogo. Estava por toda a parte. Ele estava por toda a parte. Agora, o Ian fazia parte da minha vida, de mim. Agora, eu sabia que por pouco que durasse este relacionamento, eu ia-o recordar para todo o sempre!

 

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publicado por RiiBaptista às 22:27 | link do post