13º Capitulo - Cartas na mesa - 2º Parte

Aqui está outro capitulo *_*

Nao esta nada de jeito... mas comentem...

mesmo quem nao custuma...

só para eu saber se a fic vos esta a agradar ou nao...

E sejam sinceros!!!

 

...

 

- Tu não entendes, pois não? Tu NÃO tens de ser nada, Tu já és.

E ele sorriu emocionado. Ambos queríamos avançar e tornar ‘oficial’ este namoro, mas ambos tínhamos medo. O futuro para nós era demasiado obscuro para que uma incerteza não surgisse. Preferia encarar isso com paixão e simplicidade.

- Tu és tudo o que eu quero, porque tu és tu o que eu nao sou…– E sorriu com tristeza, abraçando-me mais. – Sê minha.

Balancei a cabeça carinhosamente no seu peito forte. Não precisei de dizer nada para aceitar o pedido. Eu era dele. Ele sabia-o.
Não dissemos nada pelo resto daquela noite fria e chuvosa. Era difícil triturar todos estes desafios ao mesmo tempo, mas isso não significava que, alguma vez, eu pensasse na desistência. Depois de ficarmos mais um tempo ali, juntos, no sofá ele levantou-se e eu acompanhei-o até a porta. Deu-me um beijo leve de despedida e subiu as escadas, ainda pensativo.

Eu tinha a certeza que também não era fácil para ele. Quer dizer, saber que me ponha a vida em risco não era uma coisa nada leve.

Agora que estava a pensar… Devíamos mas era ir falar com o avó dele, para saber mais sobre o tal ‘projecto desaparecido’, talvez ele soube-se de alguma coisa…


Tranquei a porta ainda a pensar nisto. De certa forma , eu estava feliz. A nossa conversa deu para esclarecer algumas coisas, o que era bom. Ele não me pediu em namoro, porque estava com medo de que isso me prejudica-se. E, o principal, é que ele não pensou nisso de maneira física – como eu, estupidamente, tinha feito.


Entrei no meu quarto já com um pouco de sono, tinha sido um dia um pouco cansativo demais.

Vesti uma camisola larga e deitei-me. Quando apaguei as luzes é que vi.


Por cima de mim, no tecto, estava escrito a um amarelo brilhante – aquelas tintas que brilham no escuro – ‘Sê minha’ e um coração maravilhoso. A letra era perfeita, e o coração minuciosamente bem desenhado. Os meus olhos brilharam com a mensagem. Comecei a pensar quando é que ele tinha feito isto. Provavelmente entrou pelas escadas exteriores, sem que quem estivesse em casa se apercebesse.

Estava em paz comigo mesma. Finalmente tinha encontrado alguém que me ama-se de verdade. Ele não estava a passar tempo comigo, estava sim, a viver a vida comigo.

Dormi e de certeza que sonhei com o Ian. <3



No outro dia lá fui eu.

Fui de auto-carro ao hospital e fiz os tais exames, e estava tudo bem. Agora já podia fazer o peso necessário no pé ou seja, estava livre.


Foi muito reconfortante poder andar de novo normalmente, apesar de alguns tropeços no início, até foi facil. Para treinar mais um pouco, fui ter com a Cat á biblioteca.

Quando cheguei, começou-me a o pisar o meu pé. Com a desculpa de o estar a ‘inaugurar’. Só a Cat!


Ficamos a falar durante montes de tempo. Perdia sempre a noção do tempo quando estava a falar com a CatEla percebeu que eu estava feliz e então,  contei-lhe partes da conversa que tivera com o Ian na noite passada.


- Entao vocês namoram! – constatou ela com animação.

- Não é bem assim... – Respondi seria. Ela não sabia da parte dos assassinatos e isso.


- Na minha terra, “Sê minha” significa namoro.

Não fiz objecção, porque se tal acontecesse ela poderia desconfiar de que eu escondia factos. Factos esses que se chegassem ao Din, não era bom sinal.

Estivermos pouco tempo mais na biblioteca. Fomos depois para um café.

Quando dei por mim já era noite.

- Vais agora para casa? – perguntei á Cat.

- Nã, fiquei agora com o turno da noite na loja…

- Não me disses-te nada porque? Queres que eu vá contigo?

- Não, não! Quero que vás para casa, hoje o Din acho que vai lá estar… e pergunta-lhe como vão as coisas com a Miriam. – e olhou-me com um olhar malicioso.

- Tá! Eu pergunto!

E fui-me embora.

Lembrai-me do compromisso do Ian com a May, por isso passei pelo supermercado para fazer tempo. Comprei gelado de cereja – tal como o Ian gosta - e cervejas. Não sei o que é que acontece, mas sempre que eu compro 25 cervejas, no outro dia já só lá estam 10. Eu bebo, é certo, mas só eu é que as compro…
Entrei no apartamento e encontrei  o Din e a Miriam relativamente íntimos no sofá a verem televisão.

Aclarei a garganta para chamar a atenção. A Miriam saiu logo de cima do Din e ambos olharam para mim...

 

- Humm… Olá! – disse eu.

- Olá Ree, como estás?

- Bem, obrigada… E não se…humm… interronpam por minha causa… vou só por isto na cozinha e vou para o quarto.

- Não, não vale a pena – apressou-se o Din – Parece que alguém já sabe das novidades… - e sorriu para a Miriam, que lhe sorriu de volta.

- Não!!! A sério?

Que fixe! A irmã do meu ‘namorado’, namorava  com o meu irmão…

Eles faziam mesmo um par jeitoso.

- Pois… parece que sim. – confirmou a Miriam.

- Que bom! Felicidades! – e abracei a Miriam que já estava em pé – Bom, agora vou arrumar isto e vou mesmo para o quarto…

- Fica aqui… não incomodas – disse o Din. Agora parecia que o sorriso nunca abandonava a cara daqueles dois.

- Sabes Din. Eu estudo! Eu quero ser jornalista! Para isso tenho de estudar! – Disse, como se estivesse a explicar a minha vida a uma criança. – E … tenta não beber as cervejas todas, esta bem? E nem penses tocar no gelado… -  e fiz cara de assassina. O gelado e para mais tarde, para mim e para o Ian.

Fiz um hambúrguer e levei-o para o quarto com uma cerveja e batatas fritas. Estava mesmo com fome…

Comi o meu manjar e depois fui estudar.

Já eram 10h da noite e já tinha estudado 2horas… estava farta de tanta letra…

A reunião do Ian estava mesmo a demorar…

Eu confio nele… só não confio é nela…

Fui para o pc. Estava deitada na cama a ver a minha caixa de e-mails quando ouso um bater na porta suave.

- Posso? – perguntou-me uma voz conhecida. Olhei para ele, tinha nas mãos o gelado e duas colheres.

- Alguem que me conhece muito bem comprou este gelado que eu adoro. E decidi partilha-lo com quem mais adoro…

- A sério?! E quem é ela? – Disse levantando-me e abracei-o. Ele pousou o gelado e as colheres na cama.

- É uma rapariga muito bonita – e colocou-me as mãos na cintura fazendo-me estremecer – e que tem um estilo que eu adoro… - e tocou na minha saia, que era abaixo do joelho. – Tem um cabelo espectacular – tocou-me no cabelo – e uns lábios lindos…

E beijou-me! Amei aquele beijo. Ele tinha uma mão na minha cabeça e outra nas minhas costas. Eu tinha o braço direito a rodear-lhe o pescoço – para estar mais próximo de mim, como se fosse possível – e o outro braço na cintura dele.

O beijo começou suave, mas rapidamente se tornou ofegante e forte. Ficamos ali a beijarmo-nos, quando fomos interrompidos.

- O que é que estão a fazer? – perguntou o Din com a voz inexpressiva. Porra!

A Miriam estava atrás com um sorriso malicioso. Pôs a mão no ombro do Din.

- Deixa lá.

- É melhor… - disse o Din. E reparei que ele agora também sorria. Olhei de solagio para o Ian, e ele estava super descontraído…

- A Cat já chegou e nós vamos dar uma volta, e Ree, vê lá onde tinhas a mão … - Disse o Din quando se virou e fechou a porta. O Ian soltou um risinho.

Juro que a minha mão estava na cintura dele, o Din deve ter problemas de visão. Recompusemo-nos e decidimos ir comer o gelado para a sala.

A Cat estava no chão, como era mania dela e eu e o Ian sentamo-nos no sofá.

- Queres gelado? – Perguntei-lhe….

- Claro que não! Isso é uma fonte enorme de gordura…

Pus-lhe gelado numa taça e dei-a para a mão.

- Come o gelado e cala-te! – devia gostar mesmo do gelado, ou então não resistiu, porque começou logo a come-lo.

- Bem…Como é que correu o trabalho? – perguntei á Cat para cortar o silencio do filme.

- Nada de especial… Mas sabes quem é que apareceu lá? – E olhou-me.

- Quem?

- O Pedro – Senti o Ian a ficar tenso e abracei-o mais. – Já não é a primeira vez, sabes.

- E … porque é que ele foi lá?

- Como se não soubesses!  Está sempre a perguntar por ti … - suspirou em tom de inveja.


- Como é que é? – Agora o Ian estava irritado e parou de olhar para a Tv para dar atenção á Cat.


- ‘Quando é que a Ree tem folga?’, ‘ A Ree tem namorado?’, ‘ Qual é a comida preferida da Ree?’, ‘ O que é que eu vou dar á Ree?’ quase um louco. – e comeu outra colherada do gelado

Ian cruzou os braços e olhou para mim com um olhar de quem diz Eu avisei-te!


- Eu não sei o que eu fiz... Eu... Não tive culpa. – Disse finalmente. Não tenho culpa de agora um ex meu lembrar-se de mim do nada e ficar assim obcecado.


- Vamos mudar de assunto? – Perguntou o Ian a mexer nos meus cabelos.

- Por favor… – Respondeu a Cat enquanto enfiava a colher no gelado como se estivesse a esfaquear alguém.


- Ree, eu estive a pensar... – Disse mais animado. – Sabes do que é que tu precisas?


Reflecti na pergunta durante algum tempo. Tinha muita coisa do qual precisava.

- Diz

- Aprender a conduzir.

Nenhuma delas envolvia isso.

Cat não pôde conter o riso alto e irônico.

- Não estás a falar a sério, pois não?. – Disse com humor.

- Estou sim.

- Quem é que me vai ensinar? – Sim, porque eu ainda tenho 17 anos, não 18.

- Estou a pensar em comprar um carro, por isso eu posso-te ensinar. Iria ser interessante.
- Um carro? – Perguntou a Cat.

- Sim. – Respondeu a sorrir e dando de ombros.

- Tu vais precisar de um trator! – E riu novamente.

- Não digas isso, não pode ser tão mau assim!


- “Não pode ser tão mau assim?” – Parou de rir e, de repente, ficou séria. – Uma tempestade ‘não pode ser tão mau assim!’, o apocalipse ‘não pode ser tão mau assim!’, extra-terrestres malignos e superdesenvolvidos que se apoderam da terra e transformam os humanos em escravos ‘não pode ser tão mau assim!’. A Rebecca a conduzir? Pode ser tão mau assim! Ela não tem qualquer coordenação motora!


- Isso é mentira. – Apressei-me a reclamar. Eu posso não ter muito controlo sobre mim, mas sobre um carro posso, ou não.


- Ela vai ter um bom professor. – Sorriu e piscou-me o olho.

 

Neste momento a campainha da porta fez-se soar por toda a casa.
Quando abri a porta vi um homem. Um homem de fato e bastante simpático estava á minha porta a pedir para eu assinar o comprovativo de que eu tinha recebido aquela carta.

Era estranho tanto aparato por causa de uma carta, mas assinei devido á curiosidade que fluía em mim.

Abri a carta atabalhoadamente…
Num papel branco e luxuoso era legível:


Prezada Sr. Rebecca Grizzo
É de nosso conhecimento de que o seu aniversário de dezoito anos ocorrerá em alguns meses, portanto, é de nosso dever informar que uma encomenda foi guardada em seu nome com a incumbência de lhe ser entregue na data em que a Sr. chegará à maioridade. O nosso contratante, Sr. Daniel Grizzo, já lidou com todas as despesas incluídas no nosso serviço. Estamos avisando com antecedência para que a Sr  possa se encarregar de possível transporte ou disponibilidade para buscar a encomenda no nosso endereço do rodapé no requerido dia. Cabe lembrar que a encomenda só poderá ser entregue nas próprias mãos de Rebecca Grizzo visto à apresentação de documento.
Honradamente,
Sr. Rogério Garcia, chefe do departamento de informação.



Senti tudo a desaparecer á minha volta, estava muito tonta.


- O que aconteceu? – Perguntou o Ian, quando me apoiou com os braços.

Não conseguia respirar.


- O meu pai deixou-me uma encomenda.

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publicado por RiiBaptista às 12:55 | link do post | comentar