15º Capitulo - Conexões...
Olá!! Tudo bem???
deixo vos aqui mais um capitulo...
sei que nao esta grande coisa mas é o que se arranja... --'
Desdo inicio do dia que eu tinha um pensamento.
‘Ir falar com o avo do Ian’
Era uma coisa de que necessitava, e que me ajudaria a lidar melhor com a situação. Queria esclarecer algumas coisas.
Claro que sabia que o Sr.Freedi ( o avo do Ian) podia não gostar de mim e ir contar ao neto a minha acção. E ai, provavelmente, o Ian ficaria chateado por eu me meter na vida dele…
Mas sinceramente, eu estava ruída por dentro. Queria conhecer o homem que perdeu o filho, e que tem os netos atrás dos assassinos.
Pensava nisto quando cheguei a casa. A Cat estava estendida no sofá, e…. Não, de certeza que estava a ver mal. Ela estava a comer chocolate?!
UAU! Milagre! A Cat é daquelas raparigas que é magrinha e não come quase nada… e vê-la a comer chocolate.
Isso só significava uma coisa: Ela não estava bem!!!
- Que se passa?
- Nada – respondeu ela dando uma nova dentada na tablete.
- Nada… - repeti – Nunca te vi comer chocolate assim, desde…. Bem, desde nunca!
- Já não posso comer chocolate, é?
- Não, não é isso… Mas - e sentei-me ao pé dela – a sério Cat, o que é que se passa?
- É o Kyle… - disse aborrecida.
- O que é que tem o Kyle?
- Eu… eu… - ela debatia-se com as palavras, como se quisesse arranjar uma desculpa, mas por fim disse – Eu sonhei com o Kyle! – disse ela de repente e levantando-se – Estás feliz? Pronto já disse: Sonhei com o Kyle! E depois? Qual é o problema? – e disparou tudo.
Ah! Entao era isso…
- Tem calma… Explica-me o sonho…
- Ok! – agora estava mais calma – Então, estávamos numa espécie de praia, não sei. E eu estava-o a beijar – isto fez-me lembrar qualquer coisa – e depois tu apareceste, e … só me lembro da agua… - ela parecia confusa – Foi tão estanho!
E olhou para mim como se eu tivesse a solução.
Mas eu não tinha a solução. Mas sabia que aquele sonho não tinha sido inventado, mas era sim uma memória. Uma memoria de uma das muitas noites de loucura da Cat. Mas esta era com o Kyle e ela estava preocupada. Estava a dar demasiado interesse a meu ver. Talvez porque tivesse ali a nascer alguma coisa…
- Resumindo: Sonhaste com o Kyle?
- Sim. Foi isso – disse ela derrotada.
- Não fiques assim – e abracei-a – Afinal já deves ter sonhado com mais rapazes, não? Isso não é nada.
- Sim já sonhei!!! Mas assim desta maneira NÃO! Isto foi muito intenso, percebes??
- Claro que sim querida! Olha eu tenho de ir falar com a Miriam, ficas bem?
- Sim, sim vai! A sério eu estou bem – e continuo-o a comer o chocolate.
Sai de casa e telefonei a Miriam, combinamos num café.
- Olá querida! – disse-me ela quando chegou ao pé de mim…
- Olá .. tudo bem?
- Sim e contigo?
- Tambem…
Ela sentou-se e pediu ao empregado um batido de morango.
- Entao… o que querias pedir?
- Tu sabes que eu ando preocupada com o teu irmão e…
- Queres ir falar com o meu avó, não é?
O que? Como é que ela sabe?
- Como é que sabias?
- Já suspeitava… se queres saber: era o que eu fazia no teu lugar…
A Miriam é realmente impecável …
- É que… eu não me quero meter na vida dele.. mas queria falar com o vosso avó para saber mais dessa historia…
- Sim, claro, eu percebo. O meu irmão também não me conta muito… Tu sabes como ele é protector…
- Exacto! Ele não me conta nada e eu também temo por ele e por ti tambem querida
- Tu é que és! – e sorriu-me. Não sei se era impressão minha ou a Miriam nunca teve muitas amigas. Talvez fosse como o Ian, insulada, dada ao rancor e á vingança. E agora vê-la aqui a sorrir comigo e a namorar com o meu irmão é… estranho? Não. É simplesmente lindo, maravilhoso.
Já que eu ia falar com o avo dela. E ela também o queria visitar. Fomos as duas juntas.
E, alguém tinha-me de levar. Não sabia muito bem onde é que ele morava…
Miriam e eu fomos a falar a viagem inteira. Não demorou mais de 1h sempre com a Miriam ao volante, mas mesmo assim, ria-se, falava, comentava…
Falamos do Din e do Ian. Das manias deles, dos problemas pessoais e da maneira de ser.
Ambas conhecíamos muito bem aqueles dois… Por isso não foi difícil falarmos deles.
Quando chegamos, eu estava anciosa, a Miriam parecia descontraída. Talves fosse de família, já o Ian quando quer parece muito descontraído. Ou talvez fosse só por ir vesitar o avo, afinal já tinha feito aquilo montes de vezes, não? Tinha de estar descontraída!
Chegamos a uma casa grande e rústica. Situava-se no meio de um monte. Era uma casa do campo, só que de gente rica. Era grande e lindíssima e a meu ver era mais uma quinta do que uma simples casa. Tinha um jardim/quintal enorme e com um imenso relvado lindo e verde vivo.
Miriam tocou á campainha e pouco tempo depois um senhor veio abrir a porta.
- Olá menina Miriam. – Cumprimentou o senhor, que pelos vistos era empregado. Olhou muito serio para mim e a Miriam acrescentou:
- É uma amiga. É a Rebecca.
O empregado ficou mais aliviado.
- Bem-vinda menina Rebecca
- Obrigada!
- Entrai por favor – disse e encaminhou-nos para uma sala de estar.
Lá estava um senhor de uma idade avançada que rapidamente se levantou quando nos avistou.
- Avo! – disse a Miriam e correu para o abraçar.
- Com esta minha querida?
- Muito bem, obrigada e você?
- Tambem… então quem é essa menina?
- Esta é a Rebecca! Rebecca este é o Avo Freddi. Avo Freddi esta é a Rebecca.
- Prazer! – e sorri-lhe. O senhor parecia ser muito amigável
- Entao? A que se deve a honra desta visita?
- Não diga nada ao Ian, por favor – começou a Miriam, e o senhor assentiu. Pareceu perceber. – A Rebecca namora com o Ian e como eu não consigo ‘explicar’ muito bem e tu sabes como é o Ian, ela quis vir saber mais…
- Humm já estou a perceber! O Ian nunca esclarece muito bem , não é Rebecca? Ainda bem que a trouxeste aqui Miriam… Rebecca não queres vir ali ao meu escritório para falarmos melhor?
- Bem, se quiser … - comecei. Até me dava mais jeito, não queria fazer tanta questão á frente de Miriam
- Façam isso que eu vou ver ali umas coisas… - disse a Miriam.
Miriam ausentou e nós fomos para o Escritório.
O Sr.Freddi mandou-me sentar e começou o nosso dialogo. Depois de alguns esclarecimentos, ele fez-me uma pergunta no mínimo bizarra:
- Para que é que vivemos, Rebecca?
- Não sei – era uma pergunta que me assombrara vezes sem conta. Nunca soubera a resposta.
- Eu digo-te : Ninguém sabe. Como é que o Ian pode saber?
Tudo o que ele tinha dito até agora era algo sempre muito sábio. E talvez a chave tivesse ai. Se soubéssemos o para quê da vida, talvez não tivéssemos tantos conflitos entre humanos.
- O rapaz esta movido pelo ódio, pela ira. Ninguem o pode culpar.
- O senhor está a dizer que ele é assim porque quer?
- Não, eu estou a dizer que ele esta cego pela vingança. Ele só quer vingar a morte dos pais…
- E como posso convencê-lo do contrário?
- Não sei. Mas eu acho que já estas a conseguir… para ele parar por uns tempos… se calhar a única solução é o amor.
esta teoria batia certo com a minha. Amor substitui o ódio. Só esspero é que haja amor sufeciente…
- Eu poderia tratar melhor da situação se eu percebesse melhor…
- O que é que não percebes?
- Quer dizer, a Miriam sofreu o mesmo que ele e não se tornou numa assassina. Quando conheci o Ian ele era totalmente obscuro, mas a Miriam não.
- Estás a fazer comparações?
- Naturalmente.
A mim parecia-me obvio. Eles tinham passado pelo mesmo… e tinham reagido de maneiras tão diferentes. Porquê?
- Supõe que tens isto. – O velho pegou uma caneta que tinha em cima da secretaria. – Se tu a perdesses… O que é que fazias?
- Hum... Compraria uma nova?
- Exacto.
- Mas o que isso tem a v...?
- Eu posso perdê-la e ficar o dia todo a procura-la, alguém pode perdê-la e ficar tranquilo e pensar “eu nem sequer precisava de uma caneta”, outra pessoa pode enlouquecer se perdê-la porque, no fim das contas, era uma caneta de estimação... Existem milhares de possibilidades, Rebecca. O facto é que somos diferentes. Reagimos ás situações de maneiras diferentes.
Visto desta maneira, era compreensível. Eles são diferentes e tem personalidades diferentes, logo, tem maneiras de reagir diferentes.
Achei que já tinha esclarecido por hora, as minhas duvidas. Levantei-me devagar. O homem percebeu e também se levantou.
Estava-me a olhar de uma maneira muito concentrada.
- Bom, acho que a Miriam já deve quer ir se embora…
- Sim, sim claro!. – Balançou como quando o Ian queria afastar alguns pensamentos. – Mas Rebecca, - Chamou-me e então virei-me e olhei-o – Tem muito cuidado com ele.
- Porquê? – Franzi o sobrolho e imaginei o que ele queria dizer com o ‘muito cuidado’.
- Porque eu conheço-o e o Ian pode por vezes ser violento, devido ao ódio percebes?
- O quê? O senhor acha que ele me vai magoar ou algo assim? – Perguntei surpreendida. Como se o Ian fosse capaz disso…
Provavelmente o avo não compreendia o nosso sentimento.
- Eu podia dizer-te que estou errado e não te preocupar, mas é meu dever avisar-te.
- Porque é que me está a assustar? – perguntei surpresa.
- Segue-me. – Disse bastante sério. Tao sério que me meteu um bocado de receio.
Haviam várias medalhas, troféus, diplomas, acessórios que pareciam comuns, mas que deveriam guardar algum valor sentimental ou histórico e fotografias. Dezenas delas em porta-retratos ou quadro pregados na parede. Fotos de times de futebol, de campeonatos de golfe, de formaturas, de familiares todas dispostas com cuidado excessivo.
Sr. Freddi levantou a mão enrugada e tocou numa das fotografias que estava em cima da madeira lustrada, segurou-a com cuidado e entregou-ma.
Observei uma foto antiga na qual havia um grupo de15 pessoas adultas, alguns em pé atrás e outros sentados á frente. Mulheres e homens vestidos formalmente e com um sorriso triunfante no rosto.
Não entendi exactamente porquê é que o avô do Ian me estava a mostrar esta fotografia como se fosse a chave de todo o problema, o motivo do meu perigo.
- Alguma destas pessoas te é familiar, Rebecca?
Estranhei a pergunta. Mas reparei melhor na foto e examinei cada rosto.
- Este aqui – apontou com o dedo enrugado para um rapaz bonito em pé, no centro do grupo - é meu filho.
E ao lado, muitos anos mais novo e com um ar mais saudável conheci um homem
- Este aqui – e desta vez fui eu quem apontei – é meu pai.