16º Capitulo - Acçao - 2ºparte

Espero que gostem ^^

eu sei que esta foleiro ...

a cena da viagem foi inspirada numa cena da minha vida! xD

imaginem-me  ... :S

 

O resto do dia passou devagar.

Pelo que me apercebi, Cat não ficou muito assustada com o que descobriu.

Mas eu sim. Não era por mim, claro que não. Apesar dos avisos do avo Freddi, que a meu ver sem nenhum fundamento, eu não temia por mim.

Era por ele.

Para ele andar com uma arma era porque poderia precisar dela.E isso não me agradava…

No fim do dia, fui com a Cat para casa.

Quando cheguei, lá estava o Ian , o Din, o Kyle e a Miriam.

A Miriam e o Din estavam juntos claro :D

O Ian estava sentado na poltrona, e o Kyle estava sentado numa cadeira com um saco de gelo na cabeça.

- Ola! Entao tudo bem? – é impressão minha ou mudaram de assunto quando nós entramos?!

- Ola … sim, mas parece que o Kyle não esta muito bem – gozou o Ian. Pousei as coisas no chão e fui para o colo dele …

Sim, agora olhava melhor para o Kyle…

Ele tinha marcas de sangue na T-shirt e um grande golpe na nuca.

 

- O Meu deus! – disse a Cat com admiração quando o viu de perto. Aproximou-se – O que é que se passou?

Cat aninhou-se ao pé de Kyle e começou a observar a ferida.

- Foi num… hum… jogo. Caiu-me um poste em cima.

O quê? Um poste em cima?

Aquilo soava a tão falso. Olhei para Ian e olhar dele parecia concordar com o meu.

Ele depois tinha-me de explicar aquilo melhor.

A Cat estava tão preocupada que nem reparou na mentira chapada.

- Já desinfestas-te?

- Não, ele está-se a armar em forte! – disse a Miriam, acompanhada pelo um risinho do Din.

- Não é isso. – apressou-se o Kyle a dizer – Isto não é nada…

Apesar de estarem divertidos, notava-se alguma tensão no ar.

- É … o Kyle tem a mania que é bom! – disse o Ian a rir-se.

- Não isso não… vou buscar alguma coisa para desinfectar. – disse a Cat e saiu para o corredor.

Nessa altura aproveitei.

- O que é que se passou mesmo? – sussurrei para o Ian.

- Parece que a associação não se esqueceu de nós… - disse com uma voz sombria.

Logo a seguir veio a Cat.

- Isto deve chegar… -disse ela, e começou a curar a ferida.

 

Enquanto a Cat estava de volta do Kyle e eu a ‘brincar’ com o Ian, comecei a pensar.

A Cat encontrara uma arma. E , conforme a conhecia, ela iria pensar sobre isso. Muito.

 

E eu não poderia deixa-la assim. Apesar dela estar sempre na brincadeira e ser meia amalucada, a Cat quando se tratava de uma coisa séria ela comportava-se da forma devida.

Confio nela plenamente. E se eu lhe contasse tenho a certeza que não ela não iria dizer nada a ninguém

 

- Vamos sair hoje á noite? – perguntou o Ian.

- Claro! – e sorri-lhe. Há algum tempo que não tinha uma saída em condições.

- Nós não vamos…  - Disse o Din. E aquele ‘nos’ referiam-se a ele e a Miriam. Ainda bem que a relação deles estava a dar certo.

- Vais Kyle? – perguntou a Cat ao Kyle.

- Não… mas vai! Assério! Eu fico bem …. – não sei o que é que ele disse, mas ela decidiu vir.

 

O Ian foi a casa tomar banho e trocar de roupa, e eu e a Cat estávamo-nos a preparar.

Aproveitei o momento.

 

- Como é que encontras-te a arma, afinal?

- Ainda bem que dizes isso… – e fez uma pausa para vestir a camisola – O que é que se passa? E não digas que é Nada, porque quem nada não se afoga…. Eu já percebi que á ai alguma coisa estranha.

 

E… Eu contei-lhe. Contei-lhe a cerca da morte dos pais do Ian, e da vingança dele. Contei-lhe do projecto deles. Contei-lhe da associação que os perseguia e contei-lhe que os meus pais também faziam parte dessa historia, de alguma forma.

Contei-lhe que estavam em perigo e que NÓS estávamos em perigo.

 

 

 

 

 

 

Cat reagiu da melhor forma, como previa.

- Entao… e eles já descobriram alguma coisa sobre essa tal associação?

- Nada de muito especial…

- Então… estamos todos em perigo, não é?

- É mais ou menos isso…

- Eu já tinha desconfiado… Não gosto é nada da ideia do Kyle andar atrás dessa gente perigosa, mas eu depois trato disso – suspirou – Vamos? – perguntou, com a animação de volta á sua voz

 

*

 


– Tu é que vais conduzir? – Perguntou a Cat ainda incrédula com as minhas capacidades de condução.


– Ela já teve algumas lições... – Disse o Ian, mais convencido das minhas capacidades do que eu  – Além disso, não é muito longe... – E tento mais uma vez convencer a Cat que eu conseguiria conduzir.

– Eu vou a pé. Fim. – Disse ela decidida.


– Porque?! Ela já sabe o básico, agora só precisa de treino…– Agora já conseguia distinguir um bocadinho de incerteza na voz dele.
– Que ela treine com a tua vida então! – Cat cruzou os braços e respondeu irritada. – Eu ainda não arranjei o homem da minha vida, não estou pronta para morrer.

A palavra “morrer” também me fez desligar um pouco desse diálogo. Cat acabara de disser que estaria pronta para morrer quando encontrasse o homem da sua vida, e eu?

Quando é que eu iria sentir que estava pronta para morrer? Quando é que iria sentir que a minha vida valia a pena?


– Ela precisa de uma oportunidade…


– Tens noção do que é que estas a dizer? Estás-me a pedir para entrar num carro, cuja condutora tem que pensar um bocado para saber qual é o lado direito e esquerdo!!!!
– Ela no fim descobre, sempre – Tentou o Ian justificar – Ela é a tua melhor amiga, apoia-a!


– Eu estou a apoiar!  - e colocou-me a mão no ombro a apoiar-me – Ree vai em frente nisso, mas tenta não morrer!

 

– Cat, não vamos morrer. – Disse o Ian na milésima vez de tentar convence-la – Podemos matar algum gato ou atingir um poste, mas morrer é demais.

Cansei-me daquela conversa.

– Já chega. – Tirei as chaves das mãos do Ian – Vocês vão comigo e vão agora. Andem!

Era extremamente irritante o diálogo entre o meu namorado e a minha melhor amiga a discutirem quantos estragos é que eu provocaria… Estava decidida a mostrar aqueles dois chatos que eu conduzia, e conduzia bem. Sem nenhum estrago!


– Mas eu já disse que eu não... – Contestou a Cat.


– Eu não estou a perguntar, eu estou a dizer que vais!

– Se eu morrer, eu mato-te. – Balbuciou ela. Não me contrariou mais, porque vira que eu não iria mudar de ideias.

– Ficas-te má? – Ian perguntou  e riu-se da minha ira repentina.


– Atropelar um gato... Francamente.

– Qual é o problema? – e deu um sorrisinho -  Ninguém se iria preocupar muito…


– Fica ai á minha frente e vamos ver que gato é que eu vou atropelar. Vamos. – Passei á sua frente, e ignorei as gargalhadas.

Agora repava no carro..
– Eu acho que... Bom, o carro é teu e é novo e...

– Estás a fraquejar? – Perguntou com aquele sorrisinho de quem gostava de me ver chateada.

– Não.

Mais uma vez, o meu orgulho venceu

 

– Devias ter comprado um tractor... – Disse a Cat, com medo na voz. Sentou no lado no banco de trás e pôs o sinto rapidamente. Agarrou-se bem á porta.


– Vai resultar. – Disse Ian com calma, e esboçou um sorriso. Via-se no olhar verde- oliva que ele acreditava em mim. – Fica calma.

– Eu estou calma.

– Então não fiques nervosa.

– Não vou ficar.

– Ree, o bar que queremos ir fica perto. Por isso é simples – Acomodou-se no banco do passageiro e colocou também ele o sinto de segurança.
– Isto vai dar um filme de terror… - suspirou a Cat.
– Não sejas assim…

– Depois dela tirar a carta, vou ficar admirada com ela, até lá, somos suicidas.

– Fica calma ok? – disse eu enérgica sem olhar para o banco de atrás. – Estou me a tentar concentrar…
– Tu consegues. – Disse o Ian parecendo mais convencido do que eu…

Fechei os olhos por um momento e coloquei as duas mãos sobre o volante do carro.. De repente, lembrei–me de uma frase que precisei para um trabalho “ Se tu estiver convencido que não consegues, não conseguiras’”. Então um sentimento novo brotou em mim, eu iria chegar intacta aquele bar, custe o que custasse. Girei a chave e liguei o carro.

– Óptimo, agora devagar... – Ian pareceu satisfeito. Aposto que, na sua mente, ele pensara que eu ia desistir. Acho que ficou contente por estar errado. Eu não desisto.

Fiz exactamente da maneira que ele me ensinara nos dias que passamos a treinar.

Já estávamos quase a entrar na rua principal, que por norma tem um transito infernal. Nunca ninguém disse que era fácil. O nervosismo me fez apertar o acelerador, o que nos fez voar para frente e quase atingir uma árvore.

– Trava, trava! – Gritou a Cat e eu travei.

Os nossos corpos foram projectados para frente e, após a travadela brusca, para trás. Os meus cabelos voaram para cima do meu rosto e eu comecei a respirar pela boca. Ian não disse nada, quando eu o contemplei pelo canto do olho, ele estava com aquela expressão estranha de quem está a tentar não rir.

 

- Não tem piada nenhuma!

 

Irritou-me . Acelerei novamente e virei o volante para a esquerda para entrar finalmente entrar na estrada. Um carro buzinou quando quase lhe acertei.

– Olha para o retrovisor. – Corrigiu o Ian.
Podia ter dito mais cedo. Agora eu já estava no centro da avenida e haviam muitos carros a buzinarem. Eu estava parada

Acelerei outra vez. Agora era  mais fácil. Era mais de metade do caminho em linha resta. Que mal é que podia acontecer?

O automóvel foi deslizando suavemente pela avenida, a uma velocidade normal, sem mais desafios, sem ultrapassagens, sem perigo. Eu estava orgulhosa de mim mesma. Aumentei um pouco a velocidade porque já era um bocado tarde – e eu queria uma mesa bem situada no bar – estava a desempenhar bem a função... Até ao primeiro semáforo.

Eu estava a uma velocidade considerável a te que vi a luz amarela, por um momento  fiquei na dúvida se deveria travar bruscamente ou acelerar mais um pouco e passar. A segunda opção pareceu-me a melhor naquele momento. Acelerei sem ligar á luz amarela, que passou logo para vermelha, e assustei as pessoas que estavam no passeio. Quase bati num camiao que passava no semáforo verde da outra avenida e arranquei alguns galhos das plantas que se encontravam no canteiro central.

Depois disso, perdi totalmente o controle do carro por causa do susto. Quase acertei na traseira dum carro da frente que estava em velocidade menor, fiz a ultrapassagem e desmontei um ciclista da própria bicicleta. Travei bruscamente no próximo semáforo (eu tinha aprendido a lição... ou quase) e a Cat bateu a cabeça no vidro, mas o mais importante de tudo: chegamos inteiros ao nosso destino.

– Chão! Chão firme! – Gritou a Cat quando saio do carro – Eu vou andado, estou lá dentro!

E desapareceu no meio da multidão á entrada dos bares.

Ian começou a dar gargalhadas no banco do passageiro e eu ainda estava em choque. Não foi uma completa catástrofe como tinha grandes hipóteses de ter sido, mas estava longe de ser ter sido uma viagem tranquila.

– Do que é que te estas a rir?

– Foi divertido!


– Foi um desastre.

– Não exageres.

– Quase atropelei uma pessoa!


– O que? Ele montou logo na bicicleta…– E riu com mais intensidade ainda.

– Podia ter sido perigoso, Ian!  –  E agora eu estava seria. Detesto quando ele se ri destas coisas.


– Tu precisas de relaxar mais. Eu não te teria deixado atropelar ninguém. – E ficou mais sério agora, mas ainda tinha aquela expressão bem-humorada. – Também não deixaria que tu colocasses as nossas vidas em risco. Só que, promete que nunca fazes isto sozinha. Nunca.

– Ok!

– Enquanto tu não tiveres carta, não vais conduzir sozinha.

– Tudo bem. Estava tão assustada que poderia concordar com qualquer coisa naquele momento, mas o Ian estava correcto. Só nos arriscamos assim porque ele estava ao meu lado.
Ficamos parados dentro do automóvel por mais algum tempo, eu ainda precisava de recuperar desta experiência marcante. Passado alguns momentos consegui-me acalmar.

– Eu acho que arranhei o teu carro. – Disse finalmente. Tinha ouvido o tilintar de vários objectos diferentes a arranharem o metal durante a Viajem.

– Sem problemas. – E sorriu com o habitual humor negro. – Comprei este carro para praticarmos, não esperava que fosse voltar inteiro. Tu Fizes-te um bom trabalho.

– Sabias que Tu és irritante?

– Eu sou irritante. – E deu de ombros despreocupadamente.

– Sim, muito. Tu irritas-me ao máximo. Ficas-te a rir do que eu faço mal, sempre com esse sorrisinho irritante. E a tua perfeição incomoda-me.


Ele arregalou os olhos ainda a sorrir.

– Perfeição?

– Sim.

– Eu estou tão longe da perfeição, Ree…


E não discuti. Não estava para entrar numa parava do: És, não és, és, não és….

– Eu posso pagar-te o concerto do carro…


– Não é preciso.

– Mas eu arranhei-o.

– Não me estou a preocupar com o carro…

– Estás a ver o que é que me irrita? Tu és rico..


– Eu sou rico.


– Tu és engraçado.

– Eu sou engraçado.

– Tu és sexy. – E continuei a minha lista de reclamações acerca do Sr. Perfeição.

– Eu sou sexy. – Sorriu torto e depois mordeu o lábio.

Eu achava incrível como é que ele podia ser tão convencido.

– Eu sou seu. - Completou

 




 

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publicado por RiiBaptista às 22:07 | link do post | comentar