Capitulo 6 - Assustada

olá... tudo bem?

Desculpem nao ter postado. Ando sem tempo.

Primeiro : a minha mãe tem o pé engesado e eu tenho que fazer o jantar e arrumar a cozinha e isso... [tao a ver a cena]

Segundo: Tenho de ir á canoagem [  tenho 2h ás segundas, quartas, setas, sabados e domingos]

Terceiro: Tenho em média 3 teste por semana e 5 [ é muito eu sei] trabalhos para acabar... -.-

 

Nao vos quero massar mais....

bem espero que gostem 

 


- Deixa-me entrar! Olha que eu entro! - Ameaçou gritando lá de fora, mas eu não ouvi muito bem já que estávamos separados pelo vidro.

- Dizes-te que só entravas com a minha autorização! – Gritei em resposta.

- Anda lá Ree!

- Não! – Respondi impaciente.

 

 Não aguentava mais isto. Para quê é que ele se preocupava tanto? Porque é que ele não desistia simplesmente? Afinal eu sou só uma vizinha…

 

-
- Anda lá! Por favor! – E apoiou as mãos no vidro.

- Não. – Para mim estava decidido. Não queria mais ficar sem dormir porque estava preocupada com ele, não queria pensar nele toda hora sendo que ele era tão imprevisível e mentiroso, não queria mais ficar com as histórias dele atormentando-me a cada instante. Eu não conseguia entendê-lo e ele era, visivelmente, confuso e contraditório. Desde que o conheci, coisas estranhas começaram a acontecer. Então eu iria colocar um fim nisso.

- O que é que eu te fiz, afinal?

 

- O que é que me fizeste?! Primeiro desde quando te conheci só tem acontecido coisas estranhas – o assalto, por exemplo – e ainda dises que andas a ser perseguido ou seja lá o que for. Segundo dizes-te que não tinhas namorada, e encontrei aquela ‘senhora’ em tua casa … - e assentuei a palavra ‘senhora’ mais.

 

- Vais-me deixar aqui á chuva? – Ele tinha razão, o céu estava muito negro. Certamente choveria em minutos.

- Não desces-te? Então sobe! – Eu sei que eu fui um pouco malvada, mas estava decidida a tirá-lo da minha vida e da minha cabeça.

- Deixa-me lá entrar, Ree! Eu sei que tu deves estar confusa e irritada, mas eu posso esclarecer as coisas se me deixares entrar.

Então era eu que era confusa?

- Eu não quero saber, Ian... – Tentei ser agradável ao dizer. – Isto tudo está-me a trazer problemas... Por favor, volta para casa. – Disse num tom de súplica e comecei a arrumar umas coisas.

É claro que eu não queria que ele fosse embora e tão pouco queria deixar de vê-lo, eu sentia algo novo e excitante quando estava ao seu lado. Não podia, contudo, continuar a torturar-me desta maneira. Nestes dois dias, tinha partido o tornozelo, faltado às aulas, perdido duas provas e a minha casa tinha sido invadida e colocada de pernas para o ar, era um saldo muito negativo para tão pouco tempo.

Começara a chover e eu ainda nem tinha passado para a cozinha. Não sei o que alguém iria querer ao assaltar a nossa cozinha. Qualquer pessoa que abrisse o frigorifico tinha grandes hipóteses de nos deixar moedinhas de esmola por tanto dó que iria sentir. Além de Coca-Cola e leite, tinha só umas duas maçãs que estavam lá já fazia quase três meses. Que miséria!


Estava a organizar as panelas, quando me lembrei que tinha deixado a janela da casa de banho aberta, à esta hora deveria estar tudo alagado. Óptimo, era mais uma coisa para arrumar e limpar.

Passei a correr pela sala e entrei na casa de banho. Fechei a janela. Voltei ao à cozinha, e vi que ele não se tinha ido embora. Ian estava sentado no chão das escadas com os joelhos dobrados e a olhar para baixo, protegendo o rosto dos pingos de chuva. Os cabelos de tamanho médio, lisos e pretos estavam ensopados pela chuva. A chuva estava mesmo muito forte e ele não parcia estar preocupado com isso.


Ian levantou a cabeça quando percebeu que eu estava lá, e olhou profundamente para mim. Eu queria sim acabar com todo este tormento e, por mais que gostasse dele, queria sim parar de vê-lo antes que tudo ficasse perigoso demais, mas não consegui evitar abrir a janela quando o vi encharcado nas escadas a olhar para mim.

- Obrigado. – Respondeu quando entrou no meu quarto com os cabelos e a roupa pingar.

- Vou buscar uma toalha. – Fui á casa de banho e peguei na primeira toalha que encontrei no meio da bagunça.

Ele pegou na toalha e começou a secar com ela os cabelos, que já tinham ocasionado uma poça de água sobre o chão. Não pude deixar de notar que a camisa preta molhada tinha se ‘colado’ aos seus músculos salientes, ressaltando-os de um jeito muito, muito atraente. Quando dei por mim reparando nisso lembrei-me da Cat e olhei para outro lado. Ainda bem que o Ian estava ocupado balançando a toalha azul sobre a cabeça e não me viu a observar o seu corpo rigorosamente desenhado molhado.

- Que foi? – Percebeu que eu estava a evitar olhar na sua direcção.

- Nada. – Sou péssima quando tento disfarçar.

- És péssima quando tentas disfarçar. – E ele era muito bom para me decifrar, meu Deus.

- É que você está... Molhado. – Disse a frase sem me perguntar como é que isso explicava a minha tentativa frustrada de não o observar. Quero dizer, fazia sentido só na minha cabeça.

- Que tem? – Depois de alguns segundos a expressão de que tinha entendido apareceu em sua face. Eu corei só por pensar que ele havia deduzido minha tentativa de desviar o olhar de seu corpo, que despertava pensamentos pervertidos em mim.

Tento evitar esse tipo de pensamento porque eu faço parte daquele grupo de que acredita que as pessoas são mais do que um rostinho e um corpo bonito. Realmente creio que uma conversa interessante e uma personalidade marcante contam mais que qualquer apelação sexual, principalmente vinda daquele tipo de pessoas, como as populares da faculdade, que chegam a perder toda a vergonha e o respeito por si mesmas para usar roupas minúsculas apenas para se mostrarem. No fundo são tão vazias e fúteis como uma garrafa de água. A diferença é que o Ian, além de ser divertido e atencioso também não posso negar que me deixava de boca aberta com o corpo dele.

- Ah, eu estou a molhar o chão. – Soltei a respiração ao ver que ele não tinha entendido. – É a camisa que está encharcada, vou tirá-la e torcê-la na casa de banho. – E colocou as mãos nos botões da camiseta preta e começou a desabotoa-los .

- Não! – Gritei ao pensar nessa possibilidade, ele arregalou os olhos. – Não precisas, tudo bem, ainda não arrumei aqui. – Tentei normalizar a voz. – Vamos sair do quarto talvez. – Sugeri. Ficar sozinha com o Ian molhado dentro do quarto estava incitando más ideias. Peguei na mão dele e o puxei até a sala. – A tua mão está congelada por causa do frio. Vou trazer um cobertor.

- Afinal o que é que aconteceu aqui? – Perguntou ao se deparar com a bagunça que restava na sala.

Peguei um cobertor que encontrei no quarto e foi até onde ele estava.

- Estava bem pior quando eu cheguei. Toma. – Joguei o cobertor e ele o apanhou com precisão.

- Quem é que fez isso?

– Passei a tarde fora e, quando voltei, tudo tinha sido remexido. - E comecei de novo a arrumar.

Ian ficou muito assustado e preocupado com esta informação. Parece que a história significava muito mais para ele do que para mim.

- O que é que levaram?

- Nada.

- Tens certeza?

- Ainda não percebi … mais ainda não dei pela falta de nada.

- Trancas-te a porta quando saíste?

- Sim.

Ignorei o pânico que passava nos seus olhos apesar das suas fortes tentativas de mascará-lo.

- Preciso te fazer mais perguntas e quero que me respondas com precisão.

- Por quê?

- Porque é perigoso e eu não sei como é que te coloquei nesta, mas tenho que te tirar dela.

- Eu não respondo mais nada. – Falei decidida.

- Por que não, Ree? Tens que colaborar... – Disse em tom de súplica.

- Não vou colaborar com nada enquanto tu não me explicares tudo direitinho, até lá, quem faz as perguntas sou eu. – Sim, eu tenho a personalidade forte e não iria fraquejar nem com a maneira atraente com que ele se sentava com o corpo ensopado despreocupado no Meu sofá.

Ele pareceu-me assustado com o meu jeito autoritário ao pronunciar a ultima frase, mas depois deu aquele sorriso de lado, como se tivesse a pensar numa piadinha de humor negro que não quis proferir.

- Justo.

- Já reparas-te que desde que te conheci só me acontecem cenas desastrosas…

- Cita exemplos.

- Ontem só escrevias uns contozinhos, hoje já tinhas uma agente bonitona que te vai publicar livros.


- O que mais?

- Por falar em agente, tu também mentis-te quando disses-te que estavas a brincar sobre ter namorada?

- Até onde eu sei, a May é só uma agente.

- Tu disses-te que estavam atrás de ti - mudei de assunto de propósito, a pronúncia daquele nome irritou-me – Tenho razões para ter medo?

- Agora não… - disse e transmitiu um sofrimento na voz…- Senta-te.


- Não tenho tempo para me sentar. Tenho que arrumar isto.


- Eu preciso da tua atenção completa, preciso que olhes para mim. Depois eu mesmo arrumo a casa contigo, e tu nem deveria estar a forçar o pé

Convenceu-me. Sentei-me ao pé dele e virei-me para o olhar de frente.

- É um assunto sério….


- Tudo bem, vamos por partes. - Disse eu com calma a tentar entender tudo.
Achei bom que me contasse a verdade, mesmo que fosse assustadora.

- É uma história complicada.

- Pode parecer chocante, mas eu não sou tão burra, posso acompanhar.

- Estavas certa, eu menti-te sobre uma coisa. Mas foi só uma mentira.

- Sobre?

- Menti quando contei sobre os meus pais.

- Eles não morreram?

- Morreram, mas não foi de acidente de carro, foram assassinados.

- Por quem? Por quê? – Fiquei assustada. Imaginei como deve ter sido difícil para o Ian ter os dois pais mortos quando tinha apenas 13 anos.

- Eu não sei exactamente por quem, mas é uma corporação, uma empresa que assina os cheques pelo nome de 318 S.A.. Aparentemente, o pai, um pesquisador, tinha realizado uma nova descoberta que se recusou a partilhar com a companhia. Então primeiro ameaçaram, torturaram e mataram a minha mãe e, depois que viram que ele não iria mesmo ceder, mataram-no também.

Fiquei horrorizada, ter os pais torturados por causa de uma invenção qualquer era muito aterrorizante. Pensei como me sentiria se imagens da minha mãe a ser torturada me atormenta-se o tempo todo.

- E por que é que estão atrás de ti?

- Porque, á uns anos, eu saí à noite á procura de evidências sobre a morte dos meus pais. E, desde que eu descobri a verdade sobre o assassinato, procurei o responsável por ele em busca de vingança. Tive o prazer de encontrá-lo a dar uma festa numa casa de praia a uns 300 km daqui no ano passado. O facto é que, quando o matei, a 318 descobriu que eu existia.

Ok. Informação a mais. O Ian tinha morto uma pessoa e disse aquilo com tanta naturalidade, que é bem capaz de não ter sido só uma pessoa.

 

- Como assim?


- De alguma forma, o meu pai escondera que tinha filhos. Eu e a minha irmã tinhamos o hábito de passar a maior parte do tempo na casa de campo do meu avô, no Vale. Nunca souberam que meus pais tinham descendentes e, principalmente, um herdeiro. Aí quando me descobriram vivo, começaram a procurar-me.

- Então querem o teu dinheiro deixado de herança?

- Não, eles já têm dinheiro. Eles acham que o que quer que seja que meu pai tenha inventado foi-me deixado com a sua morte.

- E foi?

- Que eu saiba: Não.

 

- E a tua irmã? Sabe disso?

 

- Sim, ela sabe de tudo. Ajudou-me a encontra-los. Trabalhamos juntos, por assim dizer. Mas eles não sabem da existência dela. E acho que pensam que ela é só minha namorada ou assim…

 

- E o teu amigo Kyle?

 

- O Kyle é meu primo. E também nos anda a ajudar, mas ele já não se mete tanto. Serve mais para a parte jurídica: trata de documentos, falsifica e tenta descobrir mais acerca da 318.

 

- Isso não é perigoso? Quero dizer, tu sabes que está ser perseguido …


- É, mas prefiro assim.


- Tenho outra pergunta: Se tu já matas-te o responsável pela morte dos teus pais, porque é que continuas á procura de pistas e outras pessoas?

- Porque, Ree – e fez uma pausa – quem eu matei foi quem segurou a arma e puxou o gatilho, não quem planeou, mandou e pagou pelo crime. Como disse, consegui achar os cheques de pagamento que financiaram o homicídio, mas quero achar quem os assinou e ver o brilho dos seus olhos.

- Resumindo, tu estás atrás deles e eles estão atrás de ti.

- Sim.

- Sou só eu ou tu também percebes que isto não tem como terminar bem?

- Eu não tenho nada a perder, Ree.

- Ian, escuta, tu não precisa de fazer isto. Não precisas de  colocar a própria vida em risco por causa duma vingança. Pensa nos teus pais, eles não iriam querer que te magoasses. O teu pai escondeu a tua existência para te proteger. Pará com isso e fique a salvo, vidas inocentes como a do Sr. Felix estão a ser colocadas em risco. Não precisamos de mais mortes.

- Tu não entendes, Ree

- Então me explica.

- Eu não tenho outro sentido para viver. Nem eu, nem a minha irmã. Somos assim e não vamos parar com isto!


- Arranja outro sentido.

- Qual?

- Não sei. Para que é que a gente vive? – Fiz essa pergunta sem saber a resposta. Eu definitivamente não sabia qual era o motivo existencial da humanidade, talvez fosse uma pergunta grande demais para mim.

- Eu acredito que cada um tenha o sentido de vida voltado para um objectivo. O meu é esse, Ree. Já tentei fugir a isso, mas é como se fosse o meu destino. Preciso de encontrar o infeliz que acabou com tudo o que eu tinha, preciso olhar nos seus olhos, preciso ver as suas súplicas diante de mim, preciso de vê-lo a implorar por perdão antes de matá-lo.


- Agora vais responder ás minhas perguntas? – Perguntou com educação e a tirar o cobertor, dobrando-o e colocando sobre a mesinha. Ele já estava mais seco.

Eu ainda tinha dúvidas e perguntas a fazer, mas achei melhor deixar para outra altura.

- Vou.

- Obrigado, general. – Antes de eu puder reclamar da nova alcunha, ele começou a falar. – Onde estives-te hoje à tarde?

- Fui sair com uns amigos.

- Alguém sabia que tu irias passar a tarde fora?

- Hum... Não. Ah – lembrei-me – Quem sabia era a Inês e o Jorge, foi com quem eu fui sair…

-Eles são de confiança?

 

- Claro que sim…


- Não sei. Tu disses que traste a porta e eu não vejo sinais de arrombamento. Alguém deve ter a chave.

- Eu desconfiei que tivesses sido tu que tivesses entrado pelas escadas. – Já que ele tinha sido tão sincero, resolvi seguir a mesma linha.

- O grande problema não é como a pessoa entrou, mas sim o que é que estava a procurar. Se fosse no meu apartamento, eu não ficaria surpreendido, mas não sei como é que te envolvi nisto.

- Tu achas que eles pensam que tu me deste o negócio do teu pai para guardar?

- Não. Eu conheço-te há poucos dias dias, é impossível eles acharem que eu entregaria seja lá o que for que procuram assim, para uma quase desconhecida.

Fiquei meia ofendida por ser chamada de “quase desconhecida”.

- Então o que é que eles querem aqui?

- Talvez tenham entrado no apartamento errado de novo. Afinal, 501 e 601 podem ser fáceis de se confundir.

- Só se for para uma pessoa extremamente retardada. Quem é que confunde um 6 com um 5?

- Não sei. Esse é outro motivo que não me deixa parar com a perseguição, Ree. Mesmo que eu parasse, eles continuariam atrás de mim. E agora tenho factor de que, de alguma forma, te coloquei nisso. Vou ter que proteger-te.

- Eu não preciso de protecção. – Eu sou bem grandinha. Afinal tenho 1,78m …. Não sou nenhuma fraca.


- Eu sei que tu consegues ser bem ‘Durona’, mas duvido que seria capaz de se defender com um pé engessado. – E deu um sotaque brasileiro á palavra ‘Durona’. Ri-me num risinho suave.

Ok, esse foi um bom ponto.

- Eu vou ver se ouso alguma coisa pela vizinhança… dou-me bem com o pessoal, e posso ver se alguém viu alguma coisa.


- Estás a querer cuidar de mim, é? – Perguntou como se estivesse a divertir muito.

- Não. – Respondi só para contrariar. – É só para o caso de acontecer alguma coisa diferente.

- Tá, mas se quiseres cuidar de mim, é bom começares por não me deixares á chuva de novo.

- Continua  pulando a andar pelas exteriores e vais ver o que é que vou fazer na próxima vez. – Respondi maliciosamente.

-És malvada. – E deu aquele sorriso do humor negro de novo. – Vamos começar a arrumar isto? Ficas sentada aí e vais-me dizendo onde guardar as coisas.

- Também vou ajudar ...

- Não podes fazer esforço com...

- Eu sei. – Interrompi. – Vou ficar sentada enquanto arrumo.

- Tudo bem. Tu costumas ser tão mandona? Não me deixa vencer uma.

- Tenho uma personalidade forte, só isso. – Levantei-me e sentei-me no chão perto dos CD’s que deveriam ser colocados de volta nas caixas e depois organizados dentro da gaveta.

Passamos horas a arrumar tudo, foi muito cansativo colocar todas as coisas da casa no lugar onde estavam antes. A maioria dos objectos eu nem me lembrava onde é que estavam guardados então tive que improvisar. Achei muitas coisas que eu nem sabia que tinha, a maioria delas inúteis. Encontrei até um anão de jardim guardado na despensa e coloquei-o a um canto da sala. Mal acreditei que tinha arrumado o meu quarto duas vezes no mesmo dia, era definitivamente um recorde. Se eu arrumasse duas vezes num mês inteiro era muito.

Enquanto arrumamos, Ian e eu fomos conversando sobre coisas diversas, livros, filmes, músicas e até aquela novela brasileira que assistimos juntos. Descobri que o Ian é totalmente oposto a mim, gosta de rock e eu de musica ‘hippie’ como ele diz, tem um estilo mais composto (sempre de camisa) e eu sou mais balda (uma saia comprida com uma t-shirt branca serve).

Por volta das onze da noite, depois que terminamos de organizar tudo, deitamos exaustos no sofá e ficamos calados a ouvir a tempestade que ainda rugia lá fora. Ao pingos de chuva são tão tranquilizantes, o barulho que fazem ao bater na janela faz desaparecer qualquer pensamento tempestuoso que ocasionalmente passa em minha mente. Nem reparei quando adormeci.

- Ree, já está tarde... Estás quase a dormir. Vou-te levar pra cama e vou subir. - Sussurrou no meu ouvido.

- O quê? Não. Fica mais um pouco. Não estou com sono. – Disse tentando manter os olhos abertos. Senti-o puxando-me para me levantar, depois levantei-me  – Então eu levo-te até a porta.

- Não precisas.

- Faço questão…

- O pé...

- Não estou a fazer esforço. – Peguei nas chaves que estavam em cima da mesinha e acompanhei-o até á porta.


- Tem cuidado e evita ficar a andar por aí. – Recomendou quando já estávamos na porta.

- OK. Então... Boa noite, Ian. – Disse agradavelmente ao encarar os olhos cor de erva sã. . Eu devia esperar pelo Din e pela Cat para te contar isto… mas não dá.

- Boa noite, Ree. – Respondeu ele fazendo uma leve carícia sobre os meus cabelos. Deu as costas em direcção às escadas e, de repente, parou. – O que é aquilo? – Apontou para um pedaço de papel azul que estava entre duas grades do corrimão. Pestanejei, a minha visão já estava embaçeada com o sono.

- Parece um bilhete.

- Não, eu reconheço este papel. – Foi até lá, abaixou-se e segurou o papel sob a luz do corredor. – É do homem que nos invadiu á 4 dias. Era o papel que estava a segurar quando o encontrei no meu andar conferindo o número das placas nas portas. Deve ter deixado cair quando estava a descer correndo depois de tropeçar em ti

 

Esta informação libertou um pouco de adrenalina no meu sangue, fiquei mais acordada e alerta.

- O que está escrito?

- A letra é muito má, mas acho que diz:

Condomínio Eldorado
Bloco 3
Apartamento 507

- É o endereço do Sr Felix. – Respondi atenta e indo na direcção dele.

- Isso significa que o homem invadiu o lugar certo e atirou na pessoa correcta. – Ele parecia muito confuso.

- Mas por que iriam querer matar o Sr. Felix? Não faz sentido. – Disse eu já ao seu lado, aproximei-me mais para ler o papel. Senti o calor do seu corpo.

- Não sei….

- Ian – Disse eu horrorizada  – isto não é um 7 é um 1 meio torto. – Olhou para mim assustado e encarou a porta do meu apartamento. - Não estavam atrás de ti, estam atrás de mim.

 

 

Comentem e se tiverem alguma pergunta digam-na...

Gostam de capitulos assim deste tamanho (grandes) ou querem nos mais pequenos???

 

 

beijinhos pessoal

sinto-me: bem e resnovescida
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publicado por RiiBaptista às 22:17 | link do post | comentar